sábado, 1 de setembro de 2007

> Nossos filhos não são nossos...

Nossos filhos não são nossos... Repito essa frase hoje apenas para começar esse texto, e não como a repeti em outras ocasiões, levianamente, acompanhando a linha de raciocínio que nos impele a crença de que criamos nossos filhos para o mundo, que não temos qualquer direito sobre eles e que eles deverão seguir seus caminhos tão logo fortaleçam suas asas.

Penso que falei levianamente porque fala com leviandade quem não sabe o que está dizendo; e, de fato eu, não sabia; só achei que os outros sabiam e repeti por achar lógico, mas a lógica nem sempre é a verdade.

Bastou que meus filhos viajassem simultaneamente, um para passar seis meses no exterior e a outra para prestar o concurso vestibular em outra cidade, que me dei conta da impropriedade que era repetir aquela frase.

Não, não criei meus filhos para o mundo, eu os criei para mim e eles serão meus para sempre.
Também sei que é fato que eles seguirão seus caminhos tão logo lhes cresçam as asas e que terão outras prioridades na vida, que não seus pais; mas nem por isso admito que deixarão de ser meus e que serão do mundo.

Dia-a-dia, enquanto crescem e ficam independentes, entendo que fortalecem mais esse laço que os tornam meus e me tornam seus, principalmente porque essa pertença ocorre, então, por escolha, não mais por dependência.

Quando me orgulho por suas conquistas e por saber que conseguirão dar curso às suas vidas mesmo quando eu não mais estiver por aqui, e que o farão de maneira digna e pujante, não estou em momento algum abdicando da minha posse sobre eles; eles são meus filhos e assim o serão para sempre, porque eu os criei para serem meus filhos.

Muito provavelmente eles serão cônjuges, pais e amigos de outras pessoas, mas nunca deixarão de ser meus filhos.

Assim, consciente, jamais repetirei aquela frase, senão para contestá-la; e para que não reste qualquer dúvida, doravante, quando me referir a eles, passarei a escrever meusfilhos – assim mesmo, juntinho - para não deixar qualquer espaço em que alguém possa sugerir que eles não são meus.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pai,
adorei blog, do nome ao papel de parede. O texto está excelente! Parabéns!
Isaac