domingo, 18 de novembro de 2007

> Encanto Natural

Assim em versos para variar... Melhor que não postar.

Sabes bem que teu encanto é natural
Que de rimas tu nunca necessitas.
Muitas vezes eu me valho dessas fitas
Porque brilho assim não tenho igual:

Eu sou opaco, enquanto tu cintilas;
Cartesiano, enquanto tu transcendes;
Sou apagado, enquanto tu incendes;
Eu só sufoco, enquanto tu ventilas.

Assim, amada, não traspasse a sina,
Pois precisar rimar é minha faina
De tentativas vãs pra te agradar

Não necessitas tu nenhum engodo
Pois, simples assim, desse teu modo,
Estás eternamente a me encantar...

Um comentário:

C. Valente disse...

Prezado Jucá,
Quando saía da adolescência, escrevi um livro (inédito), denominado "Sonetos em Redondilhas". Hoje esse livro está datilografado, em algum lugar que desconheço. Mas ao ver o seu soneto, creio que lembrei de um dos meus, que retribuo abaixo:

"Como um rio"

Como um rio de beleza,
Que navega sem cessar,
Mesmo longe, com certeza
De deitar-se lá no mar;

Mesmo em quedas, correnteza,
Altas pedras a saltar,
Eu te busco, ó princesa,
Quero em ti desembocar.

Eu te busco com apreço,
Não me canso em procurar,
Porque sei que te mereço;

Se o encontro demorar,
Não choro nem arrefeço:
- Vou certo de te encontrar!